Dólar em Queda: Política dos EUA e Inflação no Brasil Influenciam

Moeda americana opera em baixa com investidores atentos a dados e decisões.

Por Portal O Piauí em 27/05/2025 às 17:42:52

Nesta terça-feira, o dólar à vista apresentou baixa em relação ao real, com investidores monitorando a política comercial dos Estados Unidos e avaliando os dados de inflação no Brasil.

Às 11h45, a moeda norte-americana registrou uma queda de 0,33%, cotada a R$ 5,657 na venda. Paralelamente, na B3, o dólar para junho subiu 0,05%, atingindo 5.672 pontos.

Na segunda-feira, o dólar à vista encerrou o dia com alta de 0,50%, cotado a R$ 5,6757.

A abertura do mercado apresentou uma baixa, revertendo a alta do dia anterior. Investidores reagiram ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), que apresentou um avanço menor do que o esperado. O índice registrou alta de 0,36% em maio, após um aumento de 0,43% no mês anterior. O acumulado do ano ficou em 2,80%, enquanto o acumulado em 12 meses atingiu 5,40%. Em maio de 2024, o IPCA-15 havia registrado alta de 0,44%. As projeções de analistas consultados pela Reuters indicavam uma alta de 0,44% para o mês e 5,49% em 12 meses, o que não se concretizou.

Os resultados do índice pareciam otimizar as expectativas dos agentes financeiros em relação ao cenário inflacionário no Brasil, refletindo em quedas nas taxas de juros futuras para o curto prazo.

É curioso notar a inflação relativamente comportada mesmo com um mercado de trabalho apertado e atividade aquecida Isso dá uma tendência baixista para as expectativas e reforça a tese de fim do aperto monetário, o que anima os ativos brasileiros. disse Matheus Spiess, analista da Empiricus Research.

O mercado permanece cauteloso devido a preocupações com o cenário fiscal brasileiro, especialmente após o anúncio do governo sobre aumentos nas alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Apesar do recuo em alguns elementos do plano, o ministro da Fazenda, Haddad, busca alternativas para compensar a perda de arrecadação.

No cenário externo, a decisão do presidente dos EUA, Donald Trump, de adiar o prazo para a implementação de tarifas de 50% sobre a União Europeia, para permitir negociações até 9 de julho, também influenciou o apetite por risco.

A forte queda nos rendimentos dos Treasuries, acompanhada das perdas nos rendimentos dos títulos japoneses, após indicação de que o Ministério das Finanças japonês pode reduzir a emissão de títulos de longo prazo, também impactou as taxas de juros futuras no Brasil.

*Reportagem produzida com auxílio de IA