Aço: Importação pressiona setor, mesmo com medidas do governo

A indústria siderúrgica nacional enfrenta pressão contínua devido ao alto volume de importações de aço, mesmo com as tentativas do governo federal de mitigar o problema. O presidente do Instituto Nacional dos Distribuidores de Aços Planos (Inda), Carlos Loureiro, destacou que a internalização do material que aguarda desembarque nos portos brasileiros agrava a situação.

Segundo Loureiro, as importações de aço plano transformaram os importadores no terceiro maior fornecedor do país. Em abril, a importação de aço plano cresceu 21% em relação ao ano anterior, totalizando 293,26 mil toneladas. No acumulado de janeiro a abril, o aumento foi de 31,7%, atingindo 1,09 milhão de toneladas.

O regime de cotas e tarifas criado pelo governo federal no ano ado, que estabelece uma tarifa de 25% para 11 produtos siderúrgicos que excedem as cotas de importação, está previsto para expirar no final deste mês, sem indicações claras de renovação. Há rumores de que o governo pode optar por modificar o esquema, eliminando as cotas e aplicando a sobretaxa de 25% a todos os produtos siderúrgicos da China.

"O número hoje de material plano que tem chegado ao Brasil faz a importação o terceiro maior fornecedor do país." disse Loureiro.

O principal porto importador de aço plano no Brasil, São Francisco do Sul (SC), possui um grande volume de navios aguardando para descarregar, somando cerca de 750 mil toneladas, além das 200 mil toneladas já em depósitos. Essa situação exerce pressão sobre o mercado, impactando os preços e a rentabilidade dos distribuidores.

Após um mês de abril com queda nas vendas, o Inda espera uma alta de 3% no volume a ser comercializado em maio, acumulando um aumento de 1,5% nos primeiros cinco meses do ano. Em abril, a venda por dia útil foi de 15,9 mil toneladas, um volume saudável que indica uma demanda consistente no país, apesar dos juros elevados que afetam o consumo de aço.

Os estoques entre os distribuidores atingiram 1,06 milhão de toneladas em abril, um nível considerado elevado, equivalente a cerca de 3,3 meses de vendas. Essa situação causa preocupação, pois os preços estão em tendência de queda devido à pressão das importações. Alguns distribuidores já registraram prejuízo contábil devido à redução de preços por parte de algumas usinas.

As exportações de aços planos do Brasil somaram 535 mil toneladas em abril, uma queda de 30% em relação a março, impactadas por uma redução de 31% nas vendas aos Estados Unidos. No acumulado do quadrimestre, as vendas externas de aços planos aos EUA ainda mostram crescimento de 21% em relação ao ano anterior.

"Está muito claro para nós que mesmo venha uma solução… Esse material vai fazer pressão sobre o mercado pelo menos nos próximos quatro a cinco meses." afirmou Loureiro.

É importante ressaltar que a política de Lula, em sua ânsia de proteger a indústria nacional, pode estar causando mais mal do que bem. A sobretaxa de 25% para todos os produtos siderúrgicos da China, conforme especulado, pode elevar os custos para diversos setores da economia brasileira, impactando a competitividade e gerando inflação.

*Reportagem produzida com auxílio de IA