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Cláudio Júnior, jovem negro, teve sua foto tirada sem consentimento pela polícia aos 16 anos. Foi o bastante para ser apontado erroneamente como autor de crimes durante processos precários de reconhecimento fotográfico feitos pela polícia.
Apesar de ter a inocência comprovada, foto e agem pela polícia continuam nos arquivos de delegacias. O que significa ter de conviver com uma marca permanente na vida.“Sempre tenho problemas. Quando sou parado pela polícia, tem constrangimentos. Perguntam se tenho agem. E eu tenho que responder que sim, mesmo sendo inocente”, conta Cláudio.
“Atrapalha bastante em relação a emprego também. Tem aplicativos que não consegui me cadastrar até hoje. Não fui aceito. E isso tem me atrapalhado bastante financeiramente, mas é algo que eu espero superar”.
Cláudio é um dos quatro homens negros protagonistas do documentário Reconhecidos, que estreia nesse sábado (5) no Festival É Tudo Verdade. Estão previstas exibições no Rio de Janeiro e em São Paulo.
“Aceitei fazer parte do documentário para que o meu caso ganhe mais visibilidade. E também para ajudar todos que estão ando por isso. E para que chegue até as autoridades, e que possa ser revista a forma como o reconhecimento fotográfico tem sido utilizado”, diz Cláudio.
O documentário Reconhecidos tem 110 minutos de duração e é uma coprodução da Cardume Filmes e da Produtora Viralata. Ele é dirigido por Fernanda Amim e Micael Hocherman, com produção de Gabriel Correa e Castro, Rafael Machado, Fernanda Amim e Micael Hocherman.
A obra se propõe a apresentar casos de pessoas que foram condenadas de forma errada por meio do reconhecimento fotográfico. Por meio dessas histórias, se coloca o debate sobre erros do judiciário, racismo estrutural e institucional, além da ausência de reparação para as vítimas e as implicações sociais das condenações na vida delas, conforme explica Fernanda Amim, advogada e diretora do filme.
“Nosso objetivo é sensibilizar e aproximar mais pessoas para esse debate. Para que a gente repense o nosso sistema de Justiça e o torne mais inclusivo, menos tendencioso ao erro, principalmente aquele que é direcionado a um grupo racial específico."
"A gente espera que esse documentário sirva para mudar essa imagem do criminoso que existe socialmente”, diz Fernanda.
A diretora entende que existe um comportamento de resistência de juízes e promotores em rever o reconhecimento fotográfico como prova suficiente de condenação.
“Por que nós, como sociedade, aceitamos que para determinada parcela da população seja aplicado esse procedimento? Não é porque uma pessoa apontou de qualquer jeito para uma foto, que alguém pode ser preso. Elas, muitas vezes, são pressionadas pela polícia a apontar alguém”, pondera Fernanda Amim.
“O reconhecimento fotográfico, da maneira como é feito aqui no país, é ruim para todo mundo. Para a vítima, que depois de inocentada não tem reparação; e para a sociedade, porque quando alguém é preso injustamente significa que outros verdadeiramente culpados estão soltos, cometendo outros crimes”, complementa.
Exibição no Rio de Janeiro
Fonte: Agência Brasil