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Para a professora de arquitetura e urbanismo Maria Fernanda Derntl, pesquisadora da Universidade de Brasília (UnB), o período carnavalesco apresenta-se como uma verdadeira intervenção urbana por parte dos moradores diante da possibilidade de ocupar os espaços dessa cidade ainda tão nova.
“O carnaval está ajudando a construir uma identidade para a cidade. As manifestações de carnaval são aquelas que podemos entender como culturais. Alguns urbanistas falam já agora não só no direito à cidade, como o direito à folia”, explica a professora.
A própria transformação dos espaços é, no entender da pesquisadora, elemento de preservação da memória. “O Estado deve reconhecer esse direito ao uso dos espaços e ao próprio direito à folia. Os governantes precisam criar modos de gerir a festa sem acabar com a natureza carnavalesca”.
Brasília (DF), 01/03/2025 - Fernanda Torres é presença no bloco Aparelhinho. Joédson Alves/Agência BrasilPor isso, no caso de Brasília, segundo avalia Maria Fernanda Derntl, é necessário fortalecer políticas públicas de carnaval, equipamentos para que isso pudesse acontecer. “Há tensões naturais no espaço público”. Assim é o caso do Distrito Federal, em que moradores de quadras residenciais venceram a queda de braço em relação a blocos tradicionais acostumados a começar a festa na própria vizinhança.
Neste ano, o governo local criou três “territórios” para a folia. O Galinho de Brasília, de 33 anos de história, por exemplo, neste ano, pela primeira vez sai “longe de casa”, em uma quadra na Asa Sul. Em 2025, o bloco vai levar frevo para a Esplanada dos Ministérios na segunda-feira a tarde.
Mas a novidade foi motivo de lamentação do presidente do bloco, o pernambucano Romildo Carvalho, radicado em Brasília há mais de cinco décadas.
Para ele, o espaço excessivamente aberto pode não ser positivo para a acústica da orquestra de 30 músicos do bloco.
“O frevo normalmente depende dessa acústica. Tem instrumentos de sopro. Essa mudança traz uma preocupação porque o som se perde muito. Quem faz carnaval é o povo”, diz Carvalho.
Segundo a urbanista Maria Fernanda Derntl, as diferentes cidades têm testado, com erros e acertos, diferentes modelos de gestão do carnaval. Ela diz que, em princípio, deve ser reconhecido o direito ao uso da cidade e propiciar esse caminho de serviços públicos até com protocolos especiais para serviços de limpeza e de transporte.
O governo do Distrito Federal explicou em publicação que o carnaval terá três territórios “para garantir um Carnaval mais organizado e seguro”.
Para os quatro dias de carnaval foram criados o espaço “Gran Folia”, na Esplanada dos Ministérios, o “Setor Carnavalesco Sul”, no Setor Comercial Sul, e a “Plataforma da Diversidade”, no estacionamento do Eixo Cultural Ibero-americano.
Brasília (DF), 01/03/2025 - Bloco de carnaval, Vai quam fica, nas ruas de Brasília. Foto: Joédson Alves/Agência Brasil - Joédson Alves/Agência BrasilA secretaria de cultura alega que, com os três “territórios”, serviços são otimizados, o que garante o reforço do policiamento, “fortalecendo a nossa tradição carnavalesca”.
Nem todos os foliões brasilienses aderem ao carnaval setorizado, conforme demarcado pelo governo local. “É um carnaval que não é orgânico. Deve servir para algum produtor ganhar dinheiro”, critica o jornalista Manuel Carlos Montenegro que prefere há anos curtir a folia com sua família no bloco “Vai quem fica”.
Já tradicional no Plano Piloto, o bloco foge da marcação fixada pelo Governo do Distrito Federal. Horas antes de sair em quadras residenciais da Asa Norte neste sábado (1°), o bloco divulgou um poema que de forma cifrada sugeria o local de concentração.
Montenegro defende que a estratégia é necessária para o Vai quem fica continuar circulando no carnaval. “Queriam acabar com todos os blocos, que chamam de ‘clandestinos’. Como se fosse uma coisa ilegal juntar amigos e tocar música durante o carnaval.”
*Colaborou Gilberto Costa
Fonte: Agência Brasil