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No Piauí, Papai Noel gigante feito de pneu velho leva alegria e paz para muita gente neste Natal

Foi o maior desafio fazer enfeites de Natal com pneus reciclados em apenas 25 dias

Por Autor: Djalma Batista em 07/12/2021 às 07:43:50
FOTOS: DJALMA BATISTA DE OLIVEIRA/portalopiaui.piauiconectado.com

FOTOS: DJALMA BATISTA DE OLIVEIRA/portalopiaui.piauiconectado.com

Ao conversar com Val­ter Jo­sé Fer­rei­ra Fi­lho em seu atelier ou no salão de cabeleireiro, no Parque Rodoviário, em Teresina (PI) não é possível descobrir de cara seu potencial artístico e criativo, já que não é de falar muito sobre seus projetos.

Mas vendo as obras de artes que faz com pneus velhos, que geralmente são descartados no meio ambiente, pode-se afirmar que é a maior expressão do Piauí em reciclagem deste tipo de material. Sua fama vai longe, tanto é verdade que recebe encomendas de vários estados e cidades do Piauí. E existem lojas da capital que usam vários móveis de pneus feitos por ele.


FOTOS: DJALMA BATISTA DE OLIVEIRA/portalopiaui.piauiconectado.com

No entanto, a maior façanha deste artesão e designer foi concluída neste mês, que é um conjunto de enfeites de Natal, todos de pneus reciclados que inclui duas renas, um trenó, um boneco da neve e, claro, o Papai Noel gigante, medindo dois metros de altura, e a poltrona do bom velhinho. É uma obra para durar uma vida.

Para Valter, este foi o maior desafio que já venceu em seus anos na lida com reciclagem. Isso por ter conseguido fazer, em 25 dias, peças tão cheias de detalhes que exigiram até pesquisa sobre a anatomia das renas.



"Este foi o trabalho mais difícil de todos. Foi um desafio também pelo tempo curto para executar, 25 dias, e pelas pesquisas. Eu tive de fazer todo um estudo. Analisar, desde a anatomia das renas, e trazer para minha realidade, que é o trabalho com pneu. Às vezes você calcula uma coisa e quando imagina que ali não vai dar certo o pneu, você desmancha e refaz os cálculos. Com o Papai Noel foi da mesma forma. Tive de estudar, rever alguns cálculos e fazer as adaptações", explicou Valter.


Segundo ele, é prazeroso ver o conjunto da obra concluída que enfeita o Natal na cidade de Regeneração, PI. "Espero que traga muita alegria e paz para as pessoas neste Natal. Estamos precisando muito disso", falou.

O trabalho com enfeites de Natal se tornou mais difícil também por causa do uso de tinta. Como não existe Papai Noel, boneco de neve e renas da cor natural do pneu, ele teve de usar tintas de diversas cores, dentre elas, vermelho, marron e branco. No caso do branco, a pintura foi complicada porque não aderiu bem ao preto, desbota fácil com a ação do sol.


QUANTOS PNEUS USOU NAS OBRAS?

Foram usados 100 pneus velhos de moto no total, sendo 40 no Papai Noel gigante. A maioria, ele recolheu em oficinas. Caso fosse comprar em depósitos, gastaria uma boa grana. Cada pneu usado hoje não sai por menos de R$ 7 reais. Mas há muitas pessoas que fazem doações do material, para que ele desenvolva outros trabalhos. No trenó foram utilizados 30 pneus de carro.

Para fazer as peças, Valter contou com a ajuda da sobrinha Lavínia Yasmim Rodrigues Lages. Além de ajudar na pintura e na montagem das tiras de pneus, ela fez a divulgação nas redes sociais.


Ele já tem planos de fazer um gorila gigante, réplica do filme. Agora estuda também a possibilidade de fazer um avião de pneu velho por encomenda. Não sabe ainda se vai dar certo, mas já começou a pesquisar. Falou que está tentando descobrir o que o cliente vai fazer com o avião, mas não arrisca um palpite.


O designer perdeu a conta de quantas peças já fez de 2014 para cá, que foi o ano que começou. Mas foram muitas, entre cadeiras, mesas, objetos de decoração e motos de marcas famosas, como a Harley-Davidson. E até uma usada no filme Motoqueiro Fantasma. Na exposição que participou em shopping da capital, o empresário João Claudino comprou a moto mais possante para dar de presente a um amigo.



COMO TUDO COMEÇOU?

O trabalho de Valter evita que mi­lha­res de pneus ve­lhos se­jam jo­ga­dos no meio ambien­te, on­de po­deriam vi­rar fo­co de mos­qui­tos da den­gue e causar outros problemas ambientais.

A­lém de ge­rar ren­da, a iniciativa promove a re­ci­cla­gem das pró­prias i­deias do artesão, co­mo Val­ter costuma fa­lar. A trans­for­ma­ção de pneus em mó­veis e ob­je­tos de­co­ra­ti­vos chegou a emp­re­gar três pes­soas nos perío­dos de maior pro­cu­ra antes da pandemia, mas com a crise sanitária só ficou ele na lida.

Val­ter u­ti­li­za­va o ced­ro pa­ra fa­zer suas es­cul­tu­ras. Certo dia ob­ser­vou que a A­ma­zô­nia es­ta­va sen­do mui­to des­ma­ta­da pa­ra a ext­ra­ção da madei­ra que ho­je es­tá a "pre­ço de ouro", mui­to por con­ta do cer­co rea­li­za­do em tor­no das madei­rei­ras que o­pe­ram de for­ma i­le­gal. Por não con­cor­dar com o des­ma­ta­men­to, o ar­te­são re­sol­veu mu­dar o fo­co.


"Preo­cu­pa­do com o meio ambien­te e com a re­ti­ra­da de madei­ras nob­res, co­mo o ced­ro, re­sol­vi dar uma re­ci­cla­da nas i­deias. En­tão par­ti pa­ra a re­ci­cla­gem de pneus. Fa­ço mui­ta coi­sa com os pneus ve­lhos, des­de a­ra­ras, motos, cobras, e­le­fan­tes até cadei­ras, pas­san­do por pol­tro­nas, me­sa de cen­tro e me­sa pa­ra co­pa", exp­li­ca.

Ele a­pren­deu o no­vo o­fí­cio por meio da in­ter­net. Fez uma pes­qui­sa em si­tes espe­cia­li­za­dos e de­ci­diu pro­du­zir pe­ças a­tra­ti­vas e que ren­dem um bom dinhei­ro. Chegou a faturar bem com a atividade e ainda hoje fatura. Mas sempre lembra a sua missão. "Deixar a natureza limpa é meu maior objetivo", afirma o artesão.



VALTER RECOLHE PNEUS NAS RUAS

A ma­té­ria-prima pa­ra a re­ci­cla­gem de­sen­vol­vi­da pe­lo ar­te­são é i­nes­go­tá­vel. A fro­ta de veí­cu­los cres­ceu mui­to e as tro­cas de pneus a­bar­ro­tam as o­fi­ci­nas to­dos os dias.

Pa­ra cons­truir mó­veis du­rá­veis e es­ti­lo­sos, ele re­ci­cla pneus ve­lhos de car­ros de pas­sei­o, mo­to, ca­mi­nho­ne­te e de car­re­ta. Tem pre­fe­rên­cia por pneus peque­nos de bor­ra­cha pe­lo fa­to dos pneus ra­diais te­rem mui­to a­ra­me, o que di­fi­cul­ta o cor­te e o ma­nu­seio.


Val­ter, quan­do an­da pe­la ci­da­de, re­co­lhe pneus jo­ga­dos nas ruas. Mas a maio­ria dos pneus velhos é comprada em emp­re­sas do se­tor em Te­re­si­na e Ti­mon. No mo­men­to de adqui­rir a ma­té­ria-prima, o tra­ba­lho do ar­te­são é al­vo de co­bi­ças e es­per­te­zas.

E­xem­pli­fi­cou que no início um for­ne­ce­dor, ao ob­ser­var que ele ha­via amp­lia­do a de­man­da pe­los pneus, re­sol­veu aumen­tar o pre­ço de uma ban­da de pneu de R$ 10 pa­ra R$ 15. Se­gun­do ele, as ti­ras de pneus que são u­sa­das na com­po­si­ção dos as­sen­tos e en­cos­tos de suas pol­tro­nas ge­ram bons luc­ros no mer­ca­do. Boa par­te des­te pro­du­to é des­ti­na­da pa­ra as in­dús­trias fa­bri­can­tes de so­fás.


"O pneu ra­dial tem mui­to fer­ro. Só ser­ve pa­ra fa­zer puf e out­ros as­sen­tos. O pneu co­mum de bor­ra­cha tem mer­ca­do. Com is­so, os bor­ra­chei­ros não jo­gam mais no li­xo es­te ti­po de pneu", fa­lou Val­ter.

Na a­ti­vi­da­de de re­ci­cla­gem, se­gun­do o ar­te­são e cabe­lei­rei­ro, a tro­ca de expe­riên­cias é mui­to im­por­tan­te. Por is­so, ele es­tá pla­ne­jan­do ir à ci­da­de de Pi­ri­pi­ri, on­de se en­con­tra­rá com um ar­te­são que tam­bém tra­ba­lha com a re­ci­cla­gem de pneus.


"O ca­ra lá es­tá re­ci­clan­do as ideias. Tra­ba­lha­va com ar­te­sa­na­to em madei­ra, mas es­tá se de­di­can­do mais à re­ci­cla­gem de pneus. Em Pi­ri­pi­ri, pen­sei que ele não fos­se en­con­trar ma­té­ria-prima, mas na ci­da­de tem pneu de­mais. A tro­ca de expe­riên­cia com out­ros pro­fis­sio­nais da á­rea a­ju­da a gen­te a me­lhor e a ob­ser­var as coi­sas com no­vos olha­re­s", fa­lou Val­ter.


Val­ter fa­lou que gos­ta de dinhei­ro, mas faz o tra­ba­lho de re­ci­cla­gem pen­san­do mais no bem que is­so faz à na­tu­re­za. E a­fir­ma que es­te ti­po de a­ti­vi­da­de tem es­pa­ço pa­ra to­do mun­do. "Quan­to mais pes­soas fi­ze­rem o ser­vi­ço que fa­ça, mais a na­tu­re­za vai a­gra­de­cer. Deixar a na­tu­re­za limpa é meu maior ob­je­ti­vo", fa­lou.






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